Pais de filhos cadeirantes mostram que corrida de rua é inclusão social

Assim como na corrida de rua, o amor dos pais pelos filhos supera limites. Mesmo que essa superação envolva um esforço físico bastante extenuante, ao fim, a recompensa vem na satisfação de vê-los felizes, na forma de um sorriso, que é um prêmio maior do que qualquer medalha que possa ser conquistada num evento. Essa é a sensação vivenciada por Norberto Pereira, Cláudia Schaefer e Erivaldo Martins quando participam de provas com as filhas Ana Luiza (11 anos), Beatriz (17) e Laylla (14), respectivamente.

Na 88ª edição da São Silvestre, o trio, ou melhor, os seis, percorreram juntos os 15km do percurso da prova tendo o apoio de cerca de 20 amigos que fizeram um tipo de “cordão de isolamento” em torno das meninas para evitar algum acidente com elas e com os outros participantes, pois todos largaram juntos com o pelotão geral da prova, que reuniu cerca 25 mil corredores nas ruas de São Paulo no último dia de 2012 (assista ao vídeo ao lado e veja como foi a corrida).

Em sua segunda participação na São Silveste com Ana Luiza, portadora da síndrome de down (reveja a história dos dois), Norberto afirmou que ver a alegria da filha não tinha preço.

– A sensação é incrível. Não há nada que eu possa dizer para traduzir a minha emoção e a minha alegria de estar aqui com ela – disse o professor de Educação Física que abriu mão da ajuda dos amigos e fez questão de empurrar sozinho a cadeira da Ana nos cerca de 2km de subida da avenida Brigadeiro Luís Antônio, penúltimo e temido trecho da prova.

Cláudia, professora de educação infantil da prefeitura de São Paulo, fez questão de lembrar que correr a prova pela primeira vez com a Beatriz, ao lado dos amigos e com apoio das pessoas nas ruas, foi um exemplo de inclusão social.